A História do Ensino em Administração: Contribuições Teórico-Metodológicas e uma Proposta de Agenda de Pesquisa
Disponível somente em PDF. Extraído da Revista de Administração Pública da FGV.
"O debate sobre a importância do campo da história na área de administração ficou restrito, principalmente, aos estudos ligados à história dos negócios ou empresariais, à história da gestão e à história organizacional (Costa, Barros e Martins, 2009). No sentido de ampliá-lo, este artigo apresenta a historiografia do ensino e propõe quatro níveis de pesquisa sobre a história do ensino de administração: a) a vida dos mestres (professores) que construíram campos temáticos, formas de ensinar e instituições; b) os legados de ensino dos programas; c) a história das disciplinas escolares; e, d) a história das instituições de ensino. Além disso, revela as possibilidades teórico-metodológicas da historiografia da educação para, desta forma, propor uma agenda de ações no sentido de institucionalizar o subcampo de história do ensino de administração no campo da história da administração. Finalmente, conclui-se com a proposta de se ensinar a história do ensino de administração no Brasil, disciplina que é praticamente inexistente nos currículos da área, mais particularmente, esse tema pode ser um componente curricular de disciplinas ou atividades que se propõem a formar mestres e doutores."
A Hélice do Poder Público: Padrões de Distribuição de Recursos Federais para as Fundações de Amparo à Pesquisa Estaduais
Disponível somente em PDF. Extraído da Revista de Administração Pública da FGV.
"O trabalho tem por objetivo identificar padrões de distribuição nas transferências de recursos federais para as Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (FAPs), no período de 2004 a 2012, no contexto de implantação da política nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (C,T&I). O referencial teórico que orientou a análise da política de C,T&I foi fundamentado por estudos de autores que se filiam ao neoinstitucionalismo. Como o estudo buscava identificar associações entre variáveis, foi adotada a correlação de Kendall-Tau, uma vez que os dados não atenderam aos requisitos de normalidade. Constatou-se um distanciamento entre o padrão das transferências de recursos realizadas no período estudado e os objetivos de longo prazo propostos pela política, que consistem na redução das desigualdades regionais e na promoção do desenvolvimento do país."
Guia Prático da Gestão de Riscos para a Integridade: Orientações para a Administração Pública Federal Direta, Autárquica e Fundacional
Disponível somente em PDF. Extraído do Repositório de Conhecimento da CGU.
"Este Guia Prático para Implementação de Programas de Integridade na administração pública federal direta, autárquica e fundacional é um passo a passo voltado para organizações públicas que deverão cumprir as determinações do normativo, elaborado segundo o disposto nos arts. 19 e 20 do Decreto nº 9.203/2017, de 22 de novembro de 2017."
Governança Judicial: Proposta de Modelo Teórico-Metodológico
Disponível somente em PDF. Extraído da Revista de Administração Pública da FGV.
"Governança judicial é um conceito multifacetado, pouco explorado na literatura, e são raros os estudos desse tema com dados empíricos que analisem as variáveis que o influenciam. Este artigo tem como objetivo propor um modelo teórico-metodológico de governança judicial, cuja aplicação futura permita a coleta de dados para descrever e avaliar a validade da relação entre os construtos e variáveis que o compõem em cada contexto. Premissas da teoria da agência e da teoria de custos de transação, dirigidas originalmente para empresas, foram transpostas para elaboração do modelo. Os procedimentos de coleta de dados incluíram análise documental e realização de 10 entrevistas. O modelo proposto inclui a sistematização de sete construtos teóricos — accountability; acessibilidade; independência; recursos e estrutura; práticas de governança; ambiente institucional; desempenho — e variáveis componentes desses construtos."
Governança Digital
Disponível somente em PDF. Extraído do Repositório Digital 'Lume' da UFRGS.
"Teorias do Estado, um dos pilares da teoria social e política, têm ainda que abarcar e compreender a prática contemporânea em um mundo cada vez mais digital. Enquanto alguns observadores previram o definhamento do Estado-nação, é óbvio que os Estados têm, na atualidade, mais importância do que nunca, embora o seu papel e capacidade estejam mudando de forma marcante. Além disso, os eventos atuais de alcance global – do tema da vigilância e do monitoramento dos usuários até as controvérsias sobre neutralidade da rede, passando pela governança da Internet e pelo papel das mídias sociais – demonstram que os significados fundamentais da democracia também estão sendo transformados. Como exemplo, conceituações de privacidade, liberdade, direitos, prestação de contas e muitos outros conceitos fundamentais do pensamento democrático relacionam-se diretamente com a prática política contemporânea e as políticas públicas em áreas diversas.
Por muito tempo, o estudo da “governança digital” tendeu a concentrar-se estritamente na eficiência, na prestação de serviços e na facilidade de uso. No limite, tal conceituação pode tornar-se desprovida de significado político, sobretudo quando os modelos de governança digital ignoram os direitos e deveres da cidadania, a relação entre Estado e sociedade e o aprofundamento das desigualdades sociais. O que é pior, uma perspectiva superficial sobre a governança digital pode causar uma perda de vigor e uma distorção da democracia de forma a obscurecê-la em um pesadelo distópico tecnocrático.
Sistemas de governança digital podem ser eficientes e eficazes, com certeza, mas para qual finalidade? Os capítulos deste livro, lançado pelo Centro de Estudos Internacionais sobre Governo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (CEGOV/UFRGS), discutem esse terreno movediço com um olhar voltado para o esclarecimento de questões centrais, que requerem atenção especial, sobre os temas da capacidade do Estado, da teoria e da prática da democracia, bem como dos significados mais amplos e mais profundos da governança digital.
Os tópicos para leitura variam amplamente. O volume inclui a atenção para as formas com que modelos e estruturas (por exemplo, modelos de maturidade e índices internacionais) mensuram a “maturidade”, sem necessariamente dar conta de delimitar de forma satisfatória as linhas que distinguem os chamados países desenvolvidos dos países em desenvolvimento.
De igual importância é a consideração de como conjuntos de ideias importantes tais como Governo Aberto, Open Standards, Big Data e Inclusão Digital, embora geralmente sondados de forma inadequada, são aplicados em diferentes contextos político-econômicos.
Os três capítulos finais do volume investigam desafios importantes: segurança cibernética, economia da informação no Brasil e seu mercado de TI, e, finalmente, a questão de importância global da governança da Internet no mundo e no Brasil, uma das mais importantes economias em crescimento do planeta. Como os órgãos nacionais e internacionais de governança e os gestores que tomam as decisões efetivamente definem a geração de políticas de Internet que emerge, é claro que o Brasil vai estar na vanguarda de um grupo de países cuja influência e importância estão globalmente e rapidamente aumentando.
Reflexões esclarecedoras, bem embasadas e incisivas, bem como uma análise cuidadosa do contexto brasileiro, têm muito a ensinar aos formuladores de políticas e pesquisadores do mundo todo, na medida em que poder global e ideias emergentes continuam a se mover das tradicionais potências pós-Segunda Guerra Mundial para uma nova e diferente constelação de atores no palco do mundo."